quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Necessitará o City de Edin Dzeko?


Nos dias que correm, o Manchester City assemelha-se mais a uma agência de financiamento ou de contabilidade, que a um clube de futebol. Com a recente transferência de Dzeko para os citizens, é importante, de hoje em diante (ainda mais se fores um agente de futebol), saber aquilo que a equipa ainda não tem. Porque parece ter tudo, em doses exageradas.

É claro que as suas marcas são impecáveis: 66 golos em 111 aparições na Bundesliga. No entanto, e recorrendo a exemplos do passado, verificamos que marcar golos em catadupa nem sempre é sinónimo de sucesso quando se troca de campeonato. Shevchenko e Kezman - só para citar alguns que alinharam em Inglaterra (Chelsea) - também chegaram com marcas insuspeitas, mas cedo se percebeu que não lhes iriam dar continuidade. Um exemplo mais próximo chega-nos através do "Super" Mário Jardel, que com os seus 130 golos em 125 jogos pelo Porto, passou 7 jogos em branco quando esteve ao serviço do Bolton.

Os críticos irão argumentar que o campeonato alemão é muito semelhante, com a velha táctica de bola na frente que tantos clubes germânicos praticam. Em contraponto, observa-se que o Wolfsburgo se organiza num esquema semelhante ao do City (4-5-1 ou 4-3-3), com Dzeko como ponta da lança alemã, secundado de perto por Diego e Grafite. Edin Dzeko tem então tudo para se sentir "em casa", já que, na sua nova equipa, a companhia na frente será ainda melhor, com David Silva e Carlos Tévez a completarem o tridente. O meu problema, porém, reside aqui. Adebayor, Ballotelli e Jô são, os três, o mesmo tipo de jogador, típicos homem alvo: força, técnica e bons no jogo aéreo. Parece-me uma tarefa hercúlea manter todos estes jogadores felizes ao mesmo tempo. A batalha que travam pela integração de Ballotelli parece-me perdida desde o início, pois o seu mau temperamento e desrespeito pelo jogo continuam a ser evidentes. A Jô, na minha opinião, nunca foram dadas oportunidades ou tempo para fazer algo de espectacular. Marcou por 44 vezes em 77 aparições no CSKA, numa liga que é quase tão rápida e ríspida como a Premier League. O facto de se ter juntado ao City com tenra idade, associado ao seu local de nascimento, parecem não ter contribuído para que o jogador aparecesse mais que esporadicamente na primeira linha do conjunto inglês.

Para finalizar, o curioso caso de Adebayor. Mantido a todo o custo no plantel na temporada passada, foi votado ao esquecimento assim que os novos ricos da liga inglesa chegaram a acordo com o bulldog argentino, Carlitos Tévez. Agora, e face à actual situação do togolês, parece-me ser um excelente negócio para quem o desejar levar de Inglaterra. Por fim, acredito que o Manchester City esteja já de olho noutro atacante para compensar a provável partida de Tévez, constantemente atacado pela saudade do país natal. Apostaria algumas fichas em como esse novo avançado chegará, mais uma vez, do campeonato alemão, onde a popularidade dos seus jogadores cresce a olhos vistos.

Se me perguntassem o nome desse jogador, afirmaria sem hesitação: Lucas Barrios. O leitor poderá agora achar que me estou a contradizer devido às estatísticas do naturalizado paraguaio (27g em 49 jogos) mas, este prolífico avançado, é da mesma linha latino-americana de que é feito Tévez. Perseguindo bolas e causas perdidas, ele pode acrescentar muito - e de forma mais barata -, que os preços combinados de Adebayor (25M £), Jô (18M £) , Ballotelli (24M £) e agora Dzeko (27M £)

A que se deve esta apetência e gula do City por avançados? Caminho mais curto para o sucesso? Que falta realmente a esta organização para construir uma história em Inglaterra e na Europa?

José Borges

7 comentários:

  1. Eu por acaso acho que precisa... aliás acho mesmo que o City está carecido de um 'carreirinho de formigas' que tenho aqui no meu quintal e uma vez que eles são alérgicos a ter dinheiro sem o estoirar eu posso vender assim baratinho, tipo 10 milhões de euros (atenção que elas são aos milhões também!!!!)

    Agora a sério: Com essa mania de comprar avançados ainda levam o Pongole ou no pior dos casos o Postiga.


    P.S. Apesar de tudo acho que o City fica mais bem servido com as minhas formigas!!!

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  2. Quando abordei a recente lista dos ordenados dos futebolistas, destaquei o exemplo do City, o actual exemplo da obscenidade, imoralidade e insustentabilidade.

    Veja-se quantos jogadores do City entraram na lista dos mais bem pagos.

    O Yaya ganha tanto como o MESSI!!!

    O Adebayor com uma partida a titular na PRemier ganha 9 milhões de euros/ano. Mais do que o Tevez.

    E ainda há o Jõ, Balotelli e agora o Dzeko. Pelo menos.

    Isto é insano.

    thebliefactoryofdreams

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  3. O Dzeko é um bom jogador ... penso que será uma mais valia para o City !!!

    Um abraço

    http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com/

    PS - Ja estou a seguir o teu blog

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  4. É de facto um bom jogador "o atacante que todo o clube gostaria de ter", no entanto acho q o M.City so gasta mesmo é dinheiro.. têm o Adebayor e o Tevez q tb são grandes senhores da área!

    P.S. em principio sobre o hulk!

    Abraços

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  5. Têm 6 avançados de classe mundial, e tantos clubes que(como o Sporting) têm de lutar encarecidamente para contratar "Paulos Sérgios"...

    O dinheiro é assim...

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  6. Obrigado a todos pelos comentários, caros leitores.

    Já começamos a ficar habituados ao seu sentido de humor, caro Carlos.Continue a passar por cá.

    Mundo Azul, tem toda a razão pois aquilo mais parece um reino de pecado.Tantos jogadores para a mesma posição e todos de classe mundial, em vez de investirem em sectores realmente necessários.

    Dzeko é de facto um excelente atacante, sem dúvida nenhuma e para mim faz mesmo parte dos 5 melhores avançados a nível mundial mas não me parece que o City tenha sido a decisão acertada.

    Abraços

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  7. City devia era apostar em reforçar a defesa!

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