Edison Cavani disfrutou da melhor noite da sua carreira enquanto a sua equipa, o Nápoles, destruía a Juventus. Walter Mazzarri dispôs os homens que tinha ao seu serviço no seu já habitual (e arriscado) sistema de três defesas, quatro centro campistas, e dois homens no apoio ao já citado Cavani (3-4-2-1). Gigi Del Neri ficou preso ao 4-4-2, com Luca Toni a estrear-se na formação de Turim, e ao lado de Amauri. É perigoso atribuir demasiada importância e atenção às "formações". "Formações" não são sinónimo de "tácticas"- há numerosos factores a ter em conta quando se pretende debater a estratégia de uma equipa.
Este jogo, no entanto, é um perfeito exemplo de como uma formação pode levar a melhor sobre outra usando termos simples. A base preferida de Mazzarri é o 3-4-2-1 mas, a excelente forma dos jogadores que a executam, leva o treinador do Nápoles a alterá-la subliminarmente de jogo para jogo - algo que ele tem feito com bastante sucesso. Frente ao 4-4-2 da Juventus, o 3-4-2-1 funcionou na perfeição, como prova o resultado dilatado do último jogo do Nápoles.
Defesa
O trio defensivo é mais eficaz quando se depara com um conjunto de dois atacantes contrários. A falta de dois laterais atacantes foi uma das razões para que, nos últimos cinco anos de Série A, fosse tão raro ver este sistema de 3 defesas. O referido sistema é usualmente vulnerável à circulação vagabunda de executantes como Quagliarella (que está lesionado até ao fim da temporada) mas, com a falta dele, Mazzarri certamente que se congratulou pela presença de dois "postes" como Amauri e Toni, deixando liberto um dos seus centrais para limpar as bolas que sobravam e com a possibilidade de incorporar umas dessas torres no ataque aéreo à grande área dos bianconeri.
Flancos
Os flanqueadores do Nápoles (Maggio e Dossena) fizeram o seu trabalho - deram algo extra ao ataque dos seus companheiros, e aprisionaram os extremos da Juventus na fase de construção do seu jogo. A relutância de Krasic em ter um papel na manobra defensiva, permitiu a Dossena dizer presente com assiduidade no ataque pelos flancos.
Meio-Campo
A zona central do centro do terreno foi um 2 vs 2, mas o duo do Nápoles tem muito mais conhecimento entre si e coesão do que o da Juve. Del Neri dá preferência a um tipo de ligação como a que existe no Milan, com Pirlo e Gattuso - neste caso, Aquillani e Filipe Melo, que é um destruídor...não só de jogo adversário. Como Melo estava ausente (porque seria?), quem alinhou no meio foi Marchisio, não conferindo a combatividade que o brasileiro acrescenta. Até por aqui o Nápoles se agigantou ao gigante.
Avançados
Os três atacantes napolitanos foram tão eficazes como sempre, com destaque para a movimentação de Lavezzi entre o lado esquerdo do ataque, e a posição atrás do ponta-de-lança, fixando Grygera cá atrás. Marek Hamsik dá profundidade à equipa, jogando numa posição mais central, embora não se coibisse de dar trabalho a um dos laterais da Juventus, o jovem Traoré. Contudo, o seu papel não se esgota aqui. Mais do que emprestar discernimento e magia a este conjunto, não raras vezes se observa que a movimentação do seu jogo passa muito pelo recuo até ao meio-campo para auxiliar o duo acima referido, ganhando o Nápoles superioridade numérica (3 vs 2).
Golos frente à Juventus
Os três golos chegaram todos da mesma forma: cruzamentos já dentro da área dos de Turim, com os dois primeiros a saírem dos pés dos seus flanqueadores. Além de não acompanhar as subidas de Maggio e Dossena, a Juventus viu-se impotente para controlar Cavani, a estrela do momento em Nápoles. As conclusões do uruguaio foram estupendas mas, como a Juve tinha um homem a mais dentro da área, deveria ter sido marcado de outra forma.
Dito isto, seria injusto afirmar que Luca Toni não lutou com as armas que tem (a sua estreia foi positiva, e provou que ainda é dos melhores avançados quando o confronto fisíco assim o exige), mas foi ofuscado pelo brilho do melhor marcador da prova: Edison Cavani!
Conclusão
O 3-4-2-1 é um dos sistemas na Europa mais excitantes do momento, tendo sido este um jogo perfeito para o demonstrar. Mais uma vez. Um homem nas sobras na defesa, energéticos e inesgotáveis corredores nas laterais, coesão no centro, discernimento perto da área e depois...bem, depois é Cavani.
Será este Nápoles capaz de alcançar a glória na liga local? Chegará o plantel actual para sonhar com a final da Liga Europa? Recordo que foi noticiado que está a ser negociado Cissokho, actual Lyon e ex-F. C. Porto
José Borges
Este jogo, no entanto, é um perfeito exemplo de como uma formação pode levar a melhor sobre outra usando termos simples. A base preferida de Mazzarri é o 3-4-2-1 mas, a excelente forma dos jogadores que a executam, leva o treinador do Nápoles a alterá-la subliminarmente de jogo para jogo - algo que ele tem feito com bastante sucesso. Frente ao 4-4-2 da Juventus, o 3-4-2-1 funcionou na perfeição, como prova o resultado dilatado do último jogo do Nápoles.
Defesa
O trio defensivo é mais eficaz quando se depara com um conjunto de dois atacantes contrários. A falta de dois laterais atacantes foi uma das razões para que, nos últimos cinco anos de Série A, fosse tão raro ver este sistema de 3 defesas. O referido sistema é usualmente vulnerável à circulação vagabunda de executantes como Quagliarella (que está lesionado até ao fim da temporada) mas, com a falta dele, Mazzarri certamente que se congratulou pela presença de dois "postes" como Amauri e Toni, deixando liberto um dos seus centrais para limpar as bolas que sobravam e com a possibilidade de incorporar umas dessas torres no ataque aéreo à grande área dos bianconeri.
Flancos
Os flanqueadores do Nápoles (Maggio e Dossena) fizeram o seu trabalho - deram algo extra ao ataque dos seus companheiros, e aprisionaram os extremos da Juventus na fase de construção do seu jogo. A relutância de Krasic em ter um papel na manobra defensiva, permitiu a Dossena dizer presente com assiduidade no ataque pelos flancos.
Meio-Campo
A zona central do centro do terreno foi um 2 vs 2, mas o duo do Nápoles tem muito mais conhecimento entre si e coesão do que o da Juve. Del Neri dá preferência a um tipo de ligação como a que existe no Milan, com Pirlo e Gattuso - neste caso, Aquillani e Filipe Melo, que é um destruídor...não só de jogo adversário. Como Melo estava ausente (porque seria?), quem alinhou no meio foi Marchisio, não conferindo a combatividade que o brasileiro acrescenta. Até por aqui o Nápoles se agigantou ao gigante.
Avançados
Os três atacantes napolitanos foram tão eficazes como sempre, com destaque para a movimentação de Lavezzi entre o lado esquerdo do ataque, e a posição atrás do ponta-de-lança, fixando Grygera cá atrás. Marek Hamsik dá profundidade à equipa, jogando numa posição mais central, embora não se coibisse de dar trabalho a um dos laterais da Juventus, o jovem Traoré. Contudo, o seu papel não se esgota aqui. Mais do que emprestar discernimento e magia a este conjunto, não raras vezes se observa que a movimentação do seu jogo passa muito pelo recuo até ao meio-campo para auxiliar o duo acima referido, ganhando o Nápoles superioridade numérica (3 vs 2).
Golos frente à Juventus
Os três golos chegaram todos da mesma forma: cruzamentos já dentro da área dos de Turim, com os dois primeiros a saírem dos pés dos seus flanqueadores. Além de não acompanhar as subidas de Maggio e Dossena, a Juventus viu-se impotente para controlar Cavani, a estrela do momento em Nápoles. As conclusões do uruguaio foram estupendas mas, como a Juve tinha um homem a mais dentro da área, deveria ter sido marcado de outra forma.
Dito isto, seria injusto afirmar que Luca Toni não lutou com as armas que tem (a sua estreia foi positiva, e provou que ainda é dos melhores avançados quando o confronto fisíco assim o exige), mas foi ofuscado pelo brilho do melhor marcador da prova: Edison Cavani!
Conclusão
O 3-4-2-1 é um dos sistemas na Europa mais excitantes do momento, tendo sido este um jogo perfeito para o demonstrar. Mais uma vez. Um homem nas sobras na defesa, energéticos e inesgotáveis corredores nas laterais, coesão no centro, discernimento perto da área e depois...bem, depois é Cavani.
Será este Nápoles capaz de alcançar a glória na liga local? Chegará o plantel actual para sonhar com a final da Liga Europa? Recordo que foi noticiado que está a ser negociado Cissokho, actual Lyon e ex-F. C. Porto
José Borges
Mais um grande texto, já começa a ser hábito por aqui, do senhor José Borges.
ResponderExcluirO Nápoles é uma grande equipa e tem um trio de ouro que quase nenhuma equipa tem: Cavani, Hamsik e Lavezzi, jogadores de classe mundial.
O sistema e o treinador também ajudam, mas como alguem disse 90% é dos jogadores.E agora com Cissokho, ainda vai ser melhor.
Abraços
O NAPOLI É UMA DAS MELHORES EQUIPAS ITALIANAS E CAVANI DE CERTEZA VAI PARA UM CLUBE MEL E TAMBEM FOI UM GRANDE TEXTO.VÁ AO MEU BLOG http://infernobenfiquista.blogspot.com/
ResponderExcluirComo já é habitual, venho comentar um post de José Borges .
ResponderExcluirJosé Borges dá-nos estes bocadinhos da sua magia, como dão os jogadores de futebol de vez em quando - verdadeiros toques de classe .
E concordo, Nápoles tem uma equipa da qual se deve orgulhar, e parabéns José por nos falar um pouco sobre esta formação pouco utilizada mas eficaz quando usada com saber ! Gostei bastante da analise detalhada as areas da equipa e de novo os meus parabéns por um grande texto !
Longa Vida Ao Império .
Enfim, mais um excelente texto de José Borges, que já começam a conquistar os nossos leitores.
ResponderExcluirEm relação ao Nápoles, é realmente uma equipa muito interessante e que assenta especialmente no trio de ouro: Cavani, Lavezzi e Hamsik.A sua formação é algo invulgar mas penso que para os jogadores que dispõe, o técnico faz bem em usar esta mas confesso que gostava de ver o Nápoles a jogar num 4x4x2 losângulo, com Hamsik atrás dos avançados.
Se Cissokho embarcar para Itália, o Nápoles garantia um grande jogador, capaz de percorrer todo o flanco esquerdo.
Obrigado a todos pelos comentários,
Cumprimentos
Arrisco-me a dizer,e olhando para os restantes concorrentes,que este Nápoles vai lutar pelo título até ao fim do Calcio,mas na minha opinião,quem vence o Calcio este ano é a Roma.
ResponderExcluir